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27 setembro 2006

diáloucos - 25|09|2006 

LINDA NO LIMA

[ela procura alguém e passa por ele, imóvel,no lugar onde estavam alguns amigos dela.]

- oi, tá procurando alguém?
- tô, meus amigos...
- tavam aqui, agorinha, mas saíram... acho que foram lá pra trás.
- você sabe quem eram?
- sim, tavam junto de você. lembro de todo mundo que tava junto de você hoje.
- como assim?
- eu vim aqui ver a banda, mas não consegui, porque só conseguia prestar atenção em você!
- ... [sorriso tímido, ficou sem ação...]
- então eu sei quem tava do seu lado!
- [recobrando-se:] sim, pois é, meus amigos...
- tá de carona com eles?
- é... pois é... mais ou menos...
- se você quiser, posso deixar você em casa... onde você mora?
- hehehe, poço da panela, mas não precisa se incomodar...
- incômodo nenhum! muito pelo contrário; repito a proposta: se quiser carona, posso deixar você em casa, na boa!...
- não, relaxe. preciso encontrar meus ami...
- [rápido, antes que ela termine a frase:] pronto! vamo fazer assim: você procura seus amigos, mas se eu sair daqui dessa "mesa", é porque eu fui pra casa e você não volta comigo, certo?
- tá,...
- [novamente,] mas eu acho que você deveria considerar razoavelmente essa proposta: é a chance de nós dois conhecermos uma pessoa massa hoje, cada um.
- [menos defensiva, adorou essa!] tudo bem, agora você me deixou com duas preocupações: se não encontrar meus amigos, tenho que torcer pra você não se mexer...
- e ficar o tempo todo olhando pra mim, também...
[risos; risinhos, na verdade...]

o tempo passa, a cerveja vai acabando e ele pensando: [porra, será que ela vai, realmente, achar os amigos? nem sei o nome dela... nem peguei nenhum contato... palerma! agora só encontra ela de novo por acaso e...]

- olá.
- o-o-o... er... gasp... ooooiii... [ele recobra os sentidos] não achou seus amigos?
- achei, mas eles tavam querendo ir embora e eu disse pra eles que queria conhecer uma pessoa interessante hoje... alguém me disse que a chance de isso acontecer aqui, hoje seria grande. também, se não encontrar ninguém legal, pego um taxi.

[breve pausa, sorri-se, respira-se e se pede outra cerveja, pros dois, que acabam de achar uma pessoa massa pra passar a noite.]

12 junho 2006

11 de junho de 2006, domingo, lua cheia 

ele olhou de pé no camarote, como teria de ser, olhou pra a lua cheia se pondo por trás igreja da madre de deus. percebeu: era o momento certo pra ir embora. como se a lua cheia chamasse ele pra ir dormir. como a namorada que chama pra ir embora, e você não consegue resistir ao encanto que sente por ela, e vai.

satisfeito e refestelado da noite, ele segue a lua cheia atravessando ilhas e continentes, sempre conversando com ela. na maioria das vezes está sozinho nessas jornadas, já que são poucos os notívagos que sabem da hora certa pra ir embora. mas não se sente só, já que tem a lua cheia ao seu lado, como a namorada que vem conversando no carro antes de chegar em casa. e isso já basta pra ele.

chegado então ao quarto, a lua cheia entra pela janela, e começa a fazer seu show para ele, voyeur dela. mudando o céu de cor, a cada momento que passa, ela impressiona ele pela sua forma, pelo espetáculo visual que ela é. como sempre foi. como se fosse aquela namorada, deitam-se abraçados, e agora, sob a luz mais apropriada possível, iniciarão um ritual de congraçamento entre duas almas irmãs.

07 junho 2006

12 de junho, uma semana antes 

nosso namoro era massa: ela linda, gata mesmo, gostosa, carinhosa, morava numa casa muito legal, num lugar muito bonito, não existiam entre a gente aquelas picuinhas tão normais entre a maioria dos casais, vivíamos aos abraços e beijos e sorrisos, o clima era sempre tão bom. era sempre a maior curtição ver aquela mulher, conversar com ela, e sentir que ela me passava tudo o que a vida tinha feito com ela, com a condição de que eu fizesse o mesmo, sempre. o cenário era tão bonito. a libido só poderia funcionar tão bem! e funcionava, claro!

tudo sempre certo, do jeito que a gente quer, sempre. só que um único defeito...

quando eu acordei, o namoro acabou...

15 maio 2006

desejo, necessidade, vontade! 

"hey, man
você precisa correr mais riscos que eu
hey, man
você precisa correr tanto risco quanto eu

Ella subiu a colina toda vestida de amarelo...
corpo suado e festeiro
Ella me viu e nem se escondeu
uma sensação
me deu

não quero nem saber:
rolei com Ella pelo chão
iê-iê-iê...

hey, man
a vida é feita de pedaços do céu...
hey, man
pobre de quem não teve o seu...

Ella subiu a colina toda vestida de amarelo...
corpo suado e festeiro
Ella me viu e nem se escondeu
uma sensação
me deu

não quero nem saber:
rolei com Ella pelo chão"



é, a vontade é essa. o estado de espírito é esse. o que esses caras disseram a uns vinte anos deve ser isso [vou conferir mais tarde, quando chegar em casa, peraê]. as condições não são essas.

a vida, será essa?

11 maio 2006

ó, dúvida cruel! 

e aí? corto a barba ou o cabelo?

19 abril 2006

tribuna d'Olinda 


sim! eu lembro de você!
naquele tempo eu usava bermuda e camiseta.
naquele tempo eu não tinha um cabelo que chegava ao chão.
naquele tempo era Carnaval!

sim, eu lembro de você...
naquele tempo você até podia falar.
naquele tempo você se movimentava com os cabelos e com a luz.
naquele tempo era Carnaval!

talvez por isso,
pelos outros dos tempos,
tenhamos nos confundido...
mas a boa lembrança e os bons tempos
não se apagarão nunca.

e, quiçá, retornem e continuem o que foi começado!


04 abril 2006

a propósito: 

como não pensar que é comigo, se o que passou [?] foi tão importante e significativo, mesmo que podado antes de um certo amadurecimento?

esses olhos que já contiveram o sol, esse mar que já teve seu lobo, essas nuvens, que já foram azuladas em céu avermelhado, essas borboletas, que de tanto coçarem barrigas apareceram no meio da sala, essas ruas, que já foram acarpetadas de beijos, os mercados que já celebraram casamentos, os discos voadores, que já nos levaram tão longe... terá sido tudo isso, somente, realmente, meramente sonho realizado?

pois foi naquela casa de loucos, onde só havia loucos e as loucuras imperavam, que se pode perceber uma nesga de certeza [se é que se pode ter certeza de algo nessa vida!], que se confirmou, dias depois, mesmo que de uma forma inesperada, no purgatório de um paraíso! e daí aquela certeza, tão gasta, tão conhecida, velha amiga, digo, companhia de tantos calos adquiridos, de que as pernas são feitas para se locomover. é tido como feio que se admita essa derrota. no caso não é uma derrota: foi chegado o momento da escolha! [e essa escolha pressupõe todo um trabalho de desintoxicação/reintoxicação; daí a dificuldade e o sentimento de culpa em se fazê-la...] será melhor que se assuma que, sendo ser animado, e ainda se assumindo como vivo, o próximo passo seja andar pra frente, esperando o próximo encontro com aquela conhecida companheira?

[mais] uma nova época [re]começa...


a sorte é que os calos, apesar de cada vez maiores e mais grossos, ainda não impedem que se desfrute, se deseje e se lute por uma juventude doce, magnética, misteriosa, bela e radiante, logo ali, ao ladinho... portanto, para vir, venha, benvinda, mas venha transparente, desarmada, "venha minha namorada"...

"se você me ama, que me ame agora
se quer me dar flores, que me mande agora..." - [Escurinho - PB]

02 abril 2006

dúvida: 

era eu
ou
o dia realmente estava triste, hoje?

31 março 2006

mulher menina 


ou

menina mulher,
o que você tem com o barulho das ondas?

não seriam mais apropriadas
as estrelas,
que nesse céu sempre
compõem tão bem

em qualquer luz
e em qualquer cenário?

será por isso que não dá pra se trocar palavras?
somente olhar e te acrescentar ao Paraíso?


27 janeiro 2006

benvinda, do Franciso [ê, Francisco...] 

Dono do abandono e da tristeza
Comunico oficialmente que há um lugar na minha mesa
Pode ser que você venha por mero favor, ou venha coberta de amor
Seja lá como for, venha sorrindo

Ah, benvinda, benvinda, benvinda
Que o luar está chamando, que os jardins estão florindo
Que eu estou sozinho

Cheio de anseio e de esperança,
Comunico a toda gente que há lugar na minha dança
Pode ser que você venha morar por aqui, ou venha pra se despedir
Não faz mal pode vir até mentindo

Ah, benvinda, benvinda, benvinda
Que o meu pinho está chorando, que o meu samba está pedindo
Que eu estou sozinho

Vem iluminar meu quarto escuro, vem entrando com o ar puro
Todo novo da manhã
Oh vem a minha estrela madrugada, vem a minha namorada
Vem amada, vem urgente, vem irmã

Benvinda, benvinda, benvinda
Que essa aurora está custando, que a cidade está dormindo
Que eu estou sozinho

Certo de estar perto da alegria, comunico finalmente
Que há lugar na poesia
Pode ser que você tenha um carinho para dar, ou venha pra se consolar
Mesmo assim pode entrar que é tempo ainda

Ah, benvinda, benvinda, benvinda

Ah, que bom que você veio, e você chegou tão linda
Eu não cantei em vão

Benvinda, benvinda, benvinda.
Benvinda, benvinda.

11 janeiro 2006

discos voadores! apareceram sim! eu vi! 

e Dona Creuza-Neusa é a Mulher do Tempo!
::

21 novembro 2005

... 

vontade nenhuma de escrever aqui, ó...
_

10 novembro 2005

depeche mode [só, de madrugada] 


"If God has a Masterplan
That only He understands
I hope that is
I seeing your eyes
In the Blue"


[se alguém aí souber a concordância e/ou a letra corretas, é favor informar nos comentários, certo?]


04 novembro 2005

só isso 

no trabalho até já recebi elogio
a cabeça, parece que tá ficando maior, e isso é bom

só sinto falta de coisas simples:

seus beijos
seus abraços
seus sorrisos
suas conversas

nossos beijos
nossos abraços
nossos sorrisos
nossas conversas

sinto mesmo

[desculpem, isso ainda não é Leminski]

18 outubro 2005

previsão do tempo: 

o serviço de meteorologia informa: o furacão leminski se aproxima dessa localidade e deve passar por aqui nos próximos dias, ou num dia só.
não é preciso se proteger, mas quem quiser contemplá-lo e comentar, se se sentir à vontade, está convidado!
_

17 outubro 2005

fim-de-semana-passado 

sexta-feira eu vi a morte
sábado eu matei; e morri um pouco
domingo vi um sinal de minha reussurreição

14 outubro 2005

o poder de um luar! 



estão vendo esse luar que está fazendo nesse momento? pois é, ele me fez ver que o pior cego é aquele que não quer ver, além do que vê demais! e o sol nos meus olhos estava me cegando pra o que de fato acontece -- eu estava cego das duas maneiras! a não ser que...

-- A NÃO SER, O QUÊ, PORRA?!!

não, nada, tem razão... razão... a razão deve fazer com que a poesia [sic], assim como a prosa [sic] que andava presente por aqui [rs], se ausente um pouco, que a vida são ciclos... já que poesia e prosa só tem graça, só faz sentido, quando se tem pra quem dedicar. eu acho.

a vantagem é que agora, pode ser que as palavras queiram se ajeitar em fila, se organizar, alguns pequenos tumultos, já que não tenho domínio sobre elas, no máximo entro em acordo com elas. pode ser que elas me ajudem, percebendo que não tenho mais como usá-las no momento...

é desse!
_

12 outubro 2005

cores, ó! 

voccê deve ter notado como isso por aqui tava branco-e-preto, até que voccê chegou com suas tintas coloridas, não?
_

palavras dão um trabalho... 


se preocupem não. eu volto. é que tá difícil controlar o fluxo de palavras que querem, as que devem, as que podem e as que não podem, passar pro teclado. algumas tão tentando passar sem crachá, outras têm o crachá apagado, ou borrado, umas querem passar na ignorância, sem mostrar crachá, outras na base da brodagem [mas nem essas eu posso liberar assim, sabe como é?], e as palavras certas estão misturadas com todas essas outras...

[é que se eu for liberar todas as palavras, corro o risco de perder meu posto de menino-lobo-são-pedro e, consequentemente, perder meu prêmio maior, que é a minha musa. sim, depois de 11.000 dias de vida, descobri a delícia de uma musa!]

então, quero me desculpar por não ter escrito mais tanto por aqui, mas é que organizar o fluxo das palavras dá um trabalho danado, e elas são fortes e eu não tenho domínio sobre elas, e eu enho que fazer isso só, ou, no máximo, com a ajuda específica de alguns sinais que a musa possa me passar. o esforço é grande, mas o trabalho é compensador, por causa do aprendizado e do resultado que esse trabalho todo possa vir a ter.


e é bom parar por aqui, porque elas tão vendo esse movimento muito forte e tão achando que é com elas. devo voltar pra meu posto, naquela rede, naquele lugar, naquele astral!

wish me luck, see you later!
[só pra disfarçar...]

04 outubro 2005

medo de ler 

é ruim quando a gente tá naquela fase que o vento falou, no último sopro de 3/10, e lê outras coisas, onde bichos são sinais de pontuação e não sabe como interpretar. a gente fica querendo que as palavras tenham um sentido, aquele que a gente quer, e não necessariamente é isso que acontece. a gente fica com medo de emitir palavras, porque pode ser que elas mesmas, as nossas, sejam também mal-interpretadas, porque a gente quer falar sem ser tão explícito, com medo de assustar. mas a gente quer falar! por que? além de o tempo não ajudar, já que a gente se desloca no espaço [mesmo que pra lugares incríveis, mas o que a gente quer é estar aqui, disponível, alerta e ao lado, pro que der e vier], falando a gente se carinha, se endorfina, se vermelha, se ri. e nem precisa dizer como a gente gosta disso, né?

e principalmente porque a gente se diverte.
e a gente já disse isso a Ella...
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