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19 abril 2006

tribuna d'Olinda 


sim! eu lembro de você!
naquele tempo eu usava bermuda e camiseta.
naquele tempo eu não tinha um cabelo que chegava ao chão.
naquele tempo era Carnaval!

sim, eu lembro de você...
naquele tempo você até podia falar.
naquele tempo você se movimentava com os cabelos e com a luz.
naquele tempo era Carnaval!

talvez por isso,
pelos outros dos tempos,
tenhamos nos confundido...
mas a boa lembrança e os bons tempos
não se apagarão nunca.

e, quiçá, retornem e continuem o que foi começado!


04 abril 2006

a propósito: 

como não pensar que é comigo, se o que passou [?] foi tão importante e significativo, mesmo que podado antes de um certo amadurecimento?

esses olhos que já contiveram o sol, esse mar que já teve seu lobo, essas nuvens, que já foram azuladas em céu avermelhado, essas borboletas, que de tanto coçarem barrigas apareceram no meio da sala, essas ruas, que já foram acarpetadas de beijos, os mercados que já celebraram casamentos, os discos voadores, que já nos levaram tão longe... terá sido tudo isso, somente, realmente, meramente sonho realizado?

pois foi naquela casa de loucos, onde só havia loucos e as loucuras imperavam, que se pode perceber uma nesga de certeza [se é que se pode ter certeza de algo nessa vida!], que se confirmou, dias depois, mesmo que de uma forma inesperada, no purgatório de um paraíso! e daí aquela certeza, tão gasta, tão conhecida, velha amiga, digo, companhia de tantos calos adquiridos, de que as pernas são feitas para se locomover. é tido como feio que se admita essa derrota. no caso não é uma derrota: foi chegado o momento da escolha! [e essa escolha pressupõe todo um trabalho de desintoxicação/reintoxicação; daí a dificuldade e o sentimento de culpa em se fazê-la...] será melhor que se assuma que, sendo ser animado, e ainda se assumindo como vivo, o próximo passo seja andar pra frente, esperando o próximo encontro com aquela conhecida companheira?

[mais] uma nova época [re]começa...


a sorte é que os calos, apesar de cada vez maiores e mais grossos, ainda não impedem que se desfrute, se deseje e se lute por uma juventude doce, magnética, misteriosa, bela e radiante, logo ali, ao ladinho... portanto, para vir, venha, benvinda, mas venha transparente, desarmada, "venha minha namorada"...

"se você me ama, que me ame agora
se quer me dar flores, que me mande agora..." - [Escurinho - PB]

02 abril 2006

dúvida: 

era eu
ou
o dia realmente estava triste, hoje?

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